Encerrou, esta segunda-feira, o 7.º ciclo de debates do Clube dos Pensadores. Sessão contou com a presença do antigo ministro das Finanças, Medina Carreira.
Antes do debate, já as expectativas iam altas. Joaquim Jorge, fundador do Clube dos Pensadores, não escondia o entusiasmo em ter Medina Carreira, uma personalidade com tanta "categoria", na sessão de encerramento do 7.º ciclo de debates do grupo, realizada esta segunda-feira.
Na presença de dezenas de espectadores, o antigo ministro das Finanças, Henrique Medina Carreira, iniciou o debate no Hotel Holiday Inn, atendendo ao mote "As expectativas económicas de Portugal".
Apelidado de "co-fundador do PS", Medina Carreira, que integrou o I Governo Constitucional, começou a sua intervenção por constatar que Portugal não vive uma crise, mas antes várias. Desde uma crise moral, passando por uma crise social, até à depressão financeira. "A crise económica está para a democracia, como as guerras de África para o Estado Novo", afirma o fiscalista.
O ex-ministro não poupou criticas à política de Obras Públicas do Governo. Para o advogado, a criação de auto-estradas ou do TGV é algo supérfluo, comparável a "uma família pobre que se endivida para comprar uma Playstation" ou o Magalhães, instrumentos que "não servem para nada".
O grande problema, para o advogado, reside no facto de Portugal estar a combater a crise endividando-se ainda mais, num fenómeno que apelida de "tragédia nacional". Carreira mostrou-se preocupado com as futuras gerações e teme o aumento do "desemprego, das desigualdades e da insegurança".
"Não estamos a caminhar para o Nordeste da Europa mas sim para o Norte de África", declarou Medina Carreira, em alusão à adesão do país ao Euro. Acrescenta mesmo que entre os anos 30 e 40, época da grande crise económica, Portugal se encontrava "melhor do que hoje".
O advogado apresenta, no entanto, uma solução para esta "economia a gaguejar" - moderar as despesas públicas e criar condições para a atractividade económica.
Medina Carreira não se esquivou às perguntas da audiência, que durante mais de uma hora escutou a intervenção do ex-ministro das Finanças.. À questão "Os governos são maus pais?", o fiscalista respondeu espirituoso: "Não, são padrastos".
Rescaldo "verdadeiramente espectacular"
No fim do debate, Joaquim Jorge só tinha duas palavras para descrever o desempenho do antigo ministro das Finanças: "Verdadeiramente espectacular".
Em declarações ao JPN, Medina Carreira revelou que o país precisa de gente nova para governar porque "quem navega fora de época vai encalhar".
Apesar de considerar a Lei do Financiamento "um absurdo" e não querer apresentar comentários, ao longo da sessão Medina Carreira foi dando pistas que denunciam a sua opinião em relação a este assunto. "Há uma coisa que todos os partidos querem, que é dinheiro, e aí estão todos de acordo".
Fonte:
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário